Partimos para a edição do campeonato da divisão de honra de 2006/2007, com naturais expectativas, tendo em conta o que tinhamos feito na época anterior em que discutimos o título até ao último segundo e chegámos à final da taça.
Mudança na equipa técnica significou, desde logo, e como é natural, mudança de hábitos e rotinas, que demoram sempre um pouco a assimilar. Todavia, penso que nem foi por aí que sentimos grandes dificuldades, já que entrámos bem na prova, ganhando os dois primeiros jogos de forma confortável. O que se passou de seguida, e que de alguma forma nos limitou bastante, foi a incrível onda de lesões, que fez com que nalguns jogos da 1a volta tivéssemos 7/8 jogadores aptos. Aliás, se tivermos em conta que inscrevemos 4 g.r. este ano e que apenas 1 terminou a época, dá para ter uma ideia do que se passou.
Pelo meio, verificou-se também alguma instabilidade no plantel, nalguns jogadores que tinham sido importantes (como foram todos os que comigo trabalharam nesse ano), mas que, por uma ou outra razão, não deram o seu contributo à equipa como tínhamos programado: o Pedro Marta, por razões profissionais, ausentou-se de Coimbra, o Juan saíu em Dezembro para o futebol de 11, o Verissimo esteve lesionado durante parte da época, o António saíu quando faltavam disputar ainda 4/5 jogos. Acresce ainda o facto de o Zé António também ter saído em Dezembro, o que, a juntar aos tais problemas físicos de que falei, limita bastante as opções para o jogo e para aumentar a qualidade dos treinos.
Poderíamos, mesmo assim, ter feito melhor? Claro que sim. Podíamos e devíamos ter feito bem mais. O facto de nos termos estreado na honra não é decisivo para mim: uma equipa que se quer afirmar no panorama do futsal distrital, tem que saber e querer jogar com os melhores. Já os tinhamos defrontado na taça, a alguns deles, e nunca senti que a diferença fosse inultrapassável. Ora, com o grupo que temos, com a qualidade dos jogadores que fazem parte do plantel, já com outra maturidade e rotinas, com o facto de termos passado a treinar (pela 1a vez no clube) por 3 vezes por semana, acho que devíamos ter ido mais além, quer em pontuação quer em qualidade de futsal apresentado. Melhorámos, indiscutivelmente, no processo ofensivo, na interpretação de modelos de jogo mais elaborados, na posse de bola, mas estivemos mal em termos defensivos, o que nos custou algumas goleadas e outras derrotas pela margem mínima.
Além disso, o nosso grande trunfo da época passada, diluiu-se um pouco: estou a falar da união entre todos naquele balneário, que nos permitiu, muitas vezes, dar a volta a jogos que pareciam perdidos. E esse é, para mim, o elemento decisivo que temos que recuperar para a próxima época. Se o fizermos, seremos uma equipa muito mais forte e mais capaz do que fomos.
5.º lugar na estreia da honra é mau? Claro que não. É uma classificação positiva, evidentemente. Ser eliminado pela Granja na taça, depois de já ter eliminado o Vilaverdense, é negativo? Também não, visto que se trata apenas da equipa que ganhou tudo a nível distrital.
Mas será que estes resultados chegam e espelham a qualidade e a ambição do plantel? Evidentemente que não. Por isso, é natural que equipa técnica, jogadores e direcção queiram mais. E é nesse sentido que já estamos a trabalhar para a próxima época, visando dar ao grupo de trabalho condições que não teve até aqui, reforçando também a equipa com elementos de qualidade. Em breve, conto trazer a público essas mesmas novidades. Em todo o caso, a prioridade é a manutenção da espinha dorsal da equipa, daqueles elementos que têm sido inexcedíveis na defesa do clube e com quem contamos para a(s) próxima(s) época(s), para continuarmos a cerscer como clube e no sentido de nos afirmarmos como um dos melhores clubes do distrito de Coimbra em futsal.
