Era o jogo por que tanto esperávamos. Depois de termos perdido com o Alfarelense, em que não saímos de Soure com os 3 pontos por culpa nossa, este era (mais) um teste à estrura mental dos jogadores. Tinha ido ver a Ribeira e chegado à conclusão de que praticavam um óptimo futsal, mas desde essa altura (e já lá vão mais de 2 meses), que fiquei com a convicção plena de como teríamos que jogar e de que, caso o conseguíssemos fazer, ganharíamos o jogo. Por outro lado, sabia exactamente em que jogo eles nos tinham ido ver e joguei também com isso. Expliquei durante a semana os pontos fortes do Ribeira, joguei com o aspecto motivacional, com a ansiedade deles, introduzi um ou outro aspecto novo e cheguei a sábado com a convicção fortíssima de que íamos ganhar. Antes do jogo, a pessoa mais importante deste clube, o homem que trata de tudo o que é preciso para que nada nos falte, deu a toda a gente uma lembrança de Natal antecipada, como que a fazer-nos recordar de que ali dentro somos uma verdadeira família.
Foi com este espírito que nos dirigimos à Ribeira. Unidos, motivados, imperturbáveis. Pela 1a vez esta época, decido entrar de início. Explico ao grupo, em função dos princípios de utilização que defendo, o porquê. No balneário, damos uma pincelada nos vários aspectos do jogo, e aviso que vou guardar dois ases na manga para lançar a partir dos 15 minutos.
O jogo começa, damos a iniciativa ao Ribeira, eles entram fortes, passamos por dificuldades. Picardia aqui, picardia ali, ouço de um dos jogadores: "Estás a levar um baile, vão apanhar uma malha". Respondi-lhe com um sorriso e disse-lhe:"Dá-me 5 minutos, o baile ainda não começou". Chegamos 0-0 aos 10 minutos, tudo a correr como queria, mudança de estratégia, 1-0 para nós. "Já começou, vai uma dança?", perguntei-lhe. Saio com 1-0 no marcador, a equipa continua a jogar muito bem, a Ribeira empata num lance estranho, mas até ao intervalo parecíamos uma máquina de destruição. 2-4 ao intervalo, um jogador (Cravo) lesionado que o árbitro não deixou ser assistido, uma expulsão (no banco) do Luis, sem ter dito nada que o justificasse. Tensão do outro lado, nervos à flor da pele, mas do nosso lado sentia-se calma, tranquilidade, confiança.
Não nos encolhemos, vamos para a 2a parte com o mesmo espírito, surpreendemos a Ribeira com esta atitude, 2-5. Finito, pensei para mim. Volto para o banco, faço a gestão do plantel, eles reduzem, mas de seguida, 3-6.
O 4-6 surge já a acabar, quando a Ribeira jogava com 5 homens.
Há dias assim. Em que tudo corre conforme planeamos. Mas isto só acontece porque tenho comigo um grupo de homens, unidos, imbuídos do mesmo espírito,que dá tudo pelo clube. Merecem, mais que ninguém, ser CAMPEÕES DE INVERNO. 37 pontos (temos mais 1 ponto no final da 1a volta que a época passada no final do campeonato), 6 de vantagem para o 2º, 8 para o 3º e 4º.
Missão cumprida, portanto. Ah, e já agora, fica a nota de que dedicámos, conforme o prometido, a vitória ao Verissimo, que esteve connosco de princípio ao fim.
Game over.
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