O jogo Miro/Prodeco teve tudo o que um jogo de futsal não deve ter.Melhor ainda, não teve aquilo que um jogo de futsal deve ter.
Em 1º lugar, a juntar às dificuldades inerentes ao campo do Miro, que é absolutamente singular na distrital de Coimbra, verificámos que, à hora da partida, não iriamos ter árbitros. Para meu espanto, foi-me dito que eles estavam na bancada, tinham sido nomeados para o jogo, mas que estavam de greve. Perante isto, falei com o grupo e decidimos que não jogávamos. Um jogo desta natureza não se compadece com árbitros de bancada. Tentei chegar a acordo com o treinador do Miro no sentido de adiarmos a partida, pois não estavam reunidas as condições para a partida se realizar, o que de acordo com os regulamentos, é possível. Estranhei, logo ali, a posição do meu colega, que me disse que o jogo teria que se realizar e que, por ele, estava tudo reunido para se jogar. Assim sendo, tivemos que jogar, perante este cenário inacreditável.
Do Miro, apitou um jogador que estava na bancada, da nossa parte o massagista que tem curso de treinador e que, como tal, domina perfeitamente as leis do jogo.
Começamos a perder 3-0, recuperámos para 3-1, e quando estamos a virar o jogo...final da 1a parte. Não acreditei. Nem 1 minuto de desconto. Nada. Em todo o caso, e como tinham chegado a acordo em como na 1a parte o árbitro principal seria o delegado do Miro, que ficaria com o cronómetro, não pude dizer nada. Na 2a parte seria diferente, o cronómetro passou para o nosso delegado que assumiria as funções de árbitro principal.
Na 2a parte entramos bem, viramos para 3-4. O Miro empata, e nesta altura, um dirigente do Miro, que desde o início do jogo insultava toda a gente da Prodeco, ameaçando ao mesmo tempo, decide agredir fisicamente a mulher de um dos nossos jogadores que está grávida. Jogadores na bancada, passividade de quem de direito, ânimos exaltados, disse que não havia condições para continuar a jogar. Estava 4-4. A equipa contrária, naturalmente, discordou, aproveitando toda aquela situação para marcar 2 golos.
O pior, acreditem, estava para vir. Só à 8a (!!!!) falta foi permitido que marcassem a nosso favor livre de 10 metros. O árbitro principal assinalou para os 10 metros e, imagine-se, o delegado do Miro impediu a marcação do livre, riscou nos seus apontamentos faltas a nosso favor para meter nos da casa, e queria acabar logo com o jogo.
Foram dados 10 minutos de compensação (o normal em futsal, e que até foram poucos para o que aconteceu ao longo da partida). Aqui vem a cereja no topo do bolo: aos 23 minutos de jogo, o delegado do Miro decide apitar para o fim da partida, vai festejar com o banco do Miro e com o treinador e a equipa do Miro sai toda para o balneário! A nossa equipa foi falar com o árbitro principal, viu o cronómetro onde estavam assinalados 23 minutos e, perante o abandono da equipa adversária, nada mais teve a fazer senão sair, dando conta do sucedido às autoridades policiais.
Em resumo, mau demais para ser verdade. Incompreensível o que se passou em Penacova. Injustificável, inqualificável. Caberá agora à AFC tomar as medidas que entender convenientes, sob pena de a verdade desportiva ficar manchada e adulterada.
Uma palavra para os adeptos e para os jogadores da Prodeco:souberam sempre manter a calma e a dignidade perante tantas e tão baixas provocações. A verdade há-de vir ao de cima, a justiça será feita, creio, em sede própria.
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