A forma como decidi assumir o comando técnico da equipa feminina tem contornos similares com aqueles que ditaram a minha permanência à frente da equipa senior masculina há dois anos: alguma indefinição na pré-época ao nível da equipa técnica e do plantel, necessidade urgente de encontrar alguém consensual que unisse o grupo e fosse capaz de lhe transmitir algo imprescindível ao crescimento e afirmação de uma equipa: identidade.
Decidi, apesar da minha pouca disponibilidade por questões profissionais, aceitar este desafio. E aceito-o por duas razões: em primeiro lugar, porque acredito nas jogadoras, na equipa que está constituída, e sei melhor que ninguém das suas qualidades enquanto atletas e pessoas; depois, porque existe um trabalho realizado ao longo dos anos por muitas pessoas, que permitiu que a equipa da Prodeco se constituísse como uma das fortes a nível distrital, e não deixaria esse trabalho ir por água abaixo.
Assim, entro neste projecto com a mesma ambição com que estou como jogador nos seniores masculinos e como estive enquanto treinador. Há dois anos, quando assumi o comando da equipa feminina no último mês de competição, no sentido de as preparar para a final four, encontrei uma equipa descrente, desarticulada e pouco ambiciosa; um mês depois, essa mesma equipa ganhou com todo o mérito a taça distrital, fruto de uma entrega total das jogadoras e resultado da sua qualidade.
Este ano, há condicionantes novas. O campeonato é mais alargado, fruto de haver apenas uma divisão, e começa mais cedo. Além disso, a Prodeco parte para este campeonato, segundo muitos, num papel secundário, em virtude de ter perdido algumas jogadoras importantes. A minha opinião é outra. Entendo que, independentemente da qualidade de qualquer atleta, só estará na minha equipa quem, de facto, merecer. Seja A ou B, jogue lá, há 1 ano ou 5, tenha marcado 1 ou 50 golos. Por isso mesmo, se me perguntarem se a equipa está fraca, a minha resposta é, e será sempre, negativa. Porque quem trabalha como as jogadoras têm trabalhado, com a entrega com que o têm feito, só pode aspirar a ficar mais forte. E só faz falta quem quer cá estar.
Daí que queira dar uma palavra à Susana, que deixou o futsal, e dizer que ela foi sempre um exemplo dentro e fora do campo, uma verdadeira capitã. E fazem sempre falta jogadoras com a sua personalidade.
Para acabar, falar em objectivos. Sendo esta uma equipa bastante jovem, um dos objectivos passará por fazer evoluir a equipa em termos físicos, tácticos e técnicos, o que levará o seu tempo. Seremos uma das equipas mais jovens em prova, mas isso não servirá nunca de desculpa para nada: só servirá para sermos mais ambiciosos, mais audazes e irreverentes. Quero uma equipa personalizada a jogar futsal, independentemente do adversário e do campo onde jogarmos, com uma atitude de entrega ao jogo e de respeito pelos adversários e pelos árbitros inexcedível. E sempre, sempre, com a ambição de ganhar o próximo jogo. Que é já com o Bruscos, dia 15.
2 comentários:
nuno espero que corra tdo bem neste projecto. sei que es capaz.. tens perfil para liderar. boa sorte.
Nuno desejo-te muita sorte pois sem ela a bola bate muitas vezes no poste! :)
Em relação à Susana é uma atleta com A grande e bem grande! Uma referência como atleta e como pessoa! Um dia destes passarei aí para vos fazer uma visita mal consiga ter horário!
Um relação à aposta em ti, és uma das duas soluções em que eu apostaria!
Um abraço
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