Na sequência da demissão do mister João Moura, urgia encontrar uma solução para o comando técnico da equipa. Fui confrontado, logo na 2a feira, por parte de toda a direcção e de todos os jogadores, com o facto de apenas eu ter condições para o fazer, no entendimento do grupo, para levar a equipa a atingir os seus objectivos.
Quando há dois anos, depois de subirmos de divisão e de chegarmos à final da taça, entendi que não tinha condições para continuar como treinador-jogador, fi-lo de consciência tranquila, sabendo que tinhamos ultrapassado todos os objectivos a que nos tinhamos proposto. Daí que nem o ano passado nem este ano, tenha aceite ficar a liderar a equipa, por entender que era necessária outra estrutura ao nível da equipa técnica. Todavia, as coisas não correram conforme esperado, e fiquei sensibilizado pela demonstração unânime de apoio por parte de todos no clube. Por isso mesmo, e uma vez que determinadas condições que pedi, se verificaram, decidi aceitar este desafio.
Trata-se, no fundo, de retomar o projecto que havia deixado há 2 anos, numa época em que, em 36 jogos, perdemos 4 e conseguimos chegar onde nunca antes o tinhamos feito. No entanto, ninguém vive do passado. E por isso é que este registo não conta para nada neste momento:aquilo que nos importa, sobretudo, é recuperar os índices anímicos da equipa, para que esta possa praticar o futsal que está ao seu alcance, e com isso atingir as suas metas.
Para tal, conto com a ajuda do Vitor Hugo, nos seniores masculinos e femininos, além de um terceiro elemento da equipa técnica que nos virá ajudar. Sabemos das dificuldades, mas estamos preparados para elas.
Por falar em dificuldades, gostava ainda de tecer mais um ou outro comentário. A evolução do futsal tem sido notória, e a distrital de Coimbra não tem fugido à regra. Todavia, a mentalidade reinante, aqui e ali, alimenta-se de tricas, provocações, injúrias, etc. Todos nós temos que saber reconhecer as nossas responsabilidades. Eu não fujo às minhas e reconheço que, aqui e ali, posso ter contribuído para o espicaçar de rivalidades, mesmo que de forma não intencional. Esse não é o caminho, todos o sabemos. Daí que, e conforme já tive oportunidade de manifestar aos atletas, entenda que a troca de galhardetes, seja no campo, na bancada, na blogosfera, não prestigia nem o clube, nem o futsal, e isso implica um esforço de todos na mudança dessas mesmas mentalidades.
Po último, dizer que, naturalmente, o meu objectivo enquanto treinador-jogador passa, como disse, por colocar esta equipa com índices de motivação e confiança elevados, para poder exprimir a sua qualidade em termos futsalísticos. Quero uma equipa personalizada, com identidade, respeitadora da equipa adversária, da equipa de arbitragem, do público e de todos os agentes desportivos. Uma equipa ambiciosa, ganhadora, que saiba ganhar, mas que, no momento da derrota, quando ela suceder, saiba perder e retirar as ilações e consequências desse desaire, sem prejuízo de lutar sempre pela vitória até ao último segundo de jogo.
Deixar, por fim, uma palavra de agradecimento pela confiança que me foi dada por todos, aproveitando para dizer que só aceitei este projecto porque acredito muito nesta equipa e sei do que somos capazes.
Um abraço a todos os amantes da modalidade.
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