Durante a semana preparámos o jogo com o Cria, sabendo de antemão quais os pontos fortes desta equipa que na 1a volta, no último jogo do mister João Moura connosco, nos havia derrotado por 6-0. Naturalmente que, por vários factores, a equipa se apresentou algo condicionada, mas isso nunca foi desculpa para qualquer resultado nem nunca será enquanto estiver à frente da equipa. Os jogadores que estiveram no sábado cumpriram integralmente com o que lhes foi pedido, contribuindo para um excelente espectáculo de futsal, com qualidade de parte a parte, rico tacticamente, emotivo e disputado com muita intensidade. No final, Alguns elementos do Cria diziam-me que tinha sido um jogo digno de uma 3a nacional, o que atesta, de facto, a qualidade patenteada por ambas as equipas ao longo da partida.
A nossa abordagem ao jogo ficou, desde cedo, comprometida, por alguns factores, nomeadamente o facto de termos sofrido o 0-1 de livre directo aos 5 minutos e, pouco depois, numa altura em que o nosso g.r. estava em inferioridade física (acabando por ser substituído), o Cria faz o 0-2, permitindo-lhes jogar como tanto gostam.
Alterámos o tipo de marcação sensivelmente aos 10 minutos e passámos a exercer forte pressão sobre o portador da bola em zonas mais subidas do campo, forçando desta forma o erro do adversário e tentando ao máximo evitar que saissem a jogar. Isso foi plenamente conseguido e perto do intervalo reduzimos num livre bem executado ao 2.º poste.
Ao intervalo, senti a equipa muito determinada em dar a volta aos acontecimentos e nem o golo que sofremos logo no reatamento afectou os jogadores. A perder por 1-3, e frente a uma equipa com a qualidade do Cria, que esteve nos Covões na sua máxima força, assisti a uma demonstração de carácter, união e de enorme empenhamento dos jogadores, sempre com uma atitude inexcedível, que nos permitou algo que, na altura, e para muitos, parecia impensável: a reviravolta. Em 5 minutos, passámos de 1-3 para 4-3, jogando um futsal muito apoiado, criando os desequilibrios através de uma pressão muito intensa sobre o adversário que nos permitiu criar várias situações de golo.
Aos 14 minutos, vencíamos por 4-3, mas foi aqui que nos faltou alguma experiência e a, porque não dizê-lo, matreirice, para gerir o jogo e a nossa vantagem. Acusámos o desgaste e alguma ansiedade, que o Cria aproveitou para igualar, num lance individual culminado com remate de fora da área. O jogo entrou numa toada impressionante de ataque contra ataque e nesses 3/4 minutos, qualquer equipa poderia ter chegado ao 5-4 por mais que uma vez. Foi o Cria que, de novo num desequilibrio individual, chegou ao 4-5 a 2 minutos do fim. Ainda utilizamos o 5x4 para chegar ao empate, mas o cria teve nesses instantes, a postura que nos faltou 5 minutos antes. Frieza e discernimento para parar o jogo, arrefecer o ambiente e colocar pressão no adversário.
É um resultado que se explica pela maior experiência do adversário, sobretudo em lidar com momentos de muita ansiedade e pressão, que lhes permitiu dar a volta ao marcador e aguentar a nossa reacção nos minutos finais.
Os jogadores devem estar orgulhosos da partida que fizeram que, como devem ter percebido pela recação do muito público que esteve nos covões, os brindou com o reconhecimento do esforço e do grande jogo que fizeram.
Para aqueles que se entretêm a fazer-se passar por outros e a insultar quem não devem, a coberto do anonimato e com a passividade dos respectivos donos dos blogs, este jogo serviu para demonstrar o espírito e a união do balneário. A menoridade intelectual, a ignorância e a pobreza de espírito justificarão algumas aleivosias, algumas atoardas que, como ficou demonstrado, apenas servem para fortalecer o grupo, que voltou a dar mostras do seu carácter, sabendo reagir contra as dificuldades e o infortúnio.
A fase da indignação contra todos esses (poucos) pobres de espírito há muito que já lá vai. Por agora, rir é mesmo o melhor remédio. Sim, porque o vento há-de mudar...
Prodeco:
Vitor Hugo, Verissimo, Georges, Mauro e Dany.
Banco:
Nuno, Luis, Amaral, Cravo, Felipe e Michael.
Golos:
Amaral (2), Georges e Felipe.
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