Derby de Cantanhede frente a uma equipa que, sabiamo-lo bem, se apresentaria nos Covões na máxima força, independentemente dos últimos resultados e disposta a levar os 3 pontos e a dificultar ao máximo a nossa tarefa. Foi precisamente o que aconteceu, numa partida disputada até ao último segundo, que prendeu e motivou os muitos adeptos de ambas as equipas que estiveram presentes no pavilhão.
Começámos o jogo a perder, num lance repetido várias vezes pela equipa adversária, com a bola a entrar no apoio central, rotação, contra-ataque, 1x0, e 0-1. O Ourentã, em vantagem, baixou as linhas, apostou nas transições rápidas e no jogo nas nossas costas, explorando a velocidade das suas jogadoras, e ainda antes dos 10 minutos faz o 0-2, num lance de contra-ataque e de 2x1, com emenda ao 2.º poste.
Não acusámos os golos, continuámos a pressionar o adversário, a maior parte das vezes perto da linha 1 e tivemos duas situações claríssimas para marcar, numa delas já sem a gr na baliza, situação em que uma jogadora adversária evita o golo em cima da linha. De onde estou, pareceu-me penalty (e seria expulsão), mas a equipa de arbitragem entendeu não marcar. Aliás, a este respeito, dizer que não foi um jogo fácil para a equipa de arbitragem e que ambas as equipas reclamam vários lances duvidosos a seu favor. Este é um deles, mas houve vários ao longo do jogo, que serviram para aquecer ainda mais o ambiente.
A 1 minuto do final da 1a parte, num lance em que partíamos 3x2, uma jogadora adversária agarrou a camisola da nossa jogadora e levou o 2.º amarelo e concomitante expulsão. Tivemos 1 minuto em superioridade numérica que não aproveitámos, mas que nos permitiu ver como o adversário defendia o 4x3, pelo que ao intervalo preparámos a equipa no sentido de chegramos ao golo no minuto que faltava. E foi, de facto, ao intervalo que senti que ganharíamos o jogo, pois a equipa estava com uma atitude e uma vontade muito grande em dar a volta ao 0-2 que se verificava ao intervalo.
No reatar do 2.º tempo, fizemos o que nos competia, as jogadoras seguiram à risca o que estava delineado e chegámos ao 1-2. O Ourentã acusou um pouco golo e, nesse período, foram raras as vezes que chegou perto da nossa baliza. Mantivemos a pressão alta e num desses lances, à passagem do minuto 6, numa situação de 1x0 com a g.r. adversária, esta intercepta a bola fora da área. Confesso que de onde estou não consigo ver se o lance foi bem ou mal ajuizado, mas o que é facto é que o árbitro da partida mostrou vermelho directo à gr contrária, o que nos permitiu voltar a fazer 4x3 que, durante 1 minuto, não surtiu efeito. Pedimos 1 minuto, e arriscamos o 5x3 de campo, vindo a empatar a partida já perto do final dos 2 minutos de inferioridade numérica do adversário.
A partir daqui, o Ourentã reagiu, subiu um pouco no campo, nós acusámos também aqui o desgaste da pressão que vinhamos fazendo praticamente desde o início do jogo e pior ficou quando uma jogadora nossa é expulsa por vermelho directa, sem saber bem porquê. Nova decisão controversa, que permitiu que o adversário ficasse 2 minutos a jogar contra 3 jogadoras de campo, mas defendemos bem, posicionalmente não cometemos erros e conseguimos manter o 2-2. Todavia, num minuto apenas são-nos assinaladas 2 faltas seguidas, ficamos com 5, a equipa tem que baixar as linhas e num lance confuso na área, com 2 ressaltos pelo meio, o Ourentã chega ao 2-3, a 5 minutos do fim. Reagimos no minuto seguinte, com o 3-3 a premiar um bom trabalho individual, e entramos nos últimos 3 minutos finais de loucos. São assinaladas 2 faltas seguidas contra nós, que leva o Ourentã para o 10 metros, mas que desperdiça, ambas, tornando o final do jogo extremamente emotivo. E é já a 1 minuto do fim, que beneficiamos também de um livre de 10 metros, que concretizamos, permitindo-nos depois fechar atrás e aguentar até final esta preciosa vantagem.
Jogo de futsal emotivo, intenso, com muitos casos, muitas peripécias, mas no qual a atitude, a crença e a vontade da equipa em ganhar foi determinante. É esta a atitude qiue pedia, que nos dá identidade e que permite que possamos acreditar que cada jogo é para ganhar, independentemente do adversário.
Foi uma semana excelente, com 3 vitórias frente a adversários directos, com qualidade, que nos permite encarar o jogo com Vilaverdense sem ansiedade e com motivação. Jogo difícil, naturalmente, para ambas as equipas.
Prodeco:
Dora, Sofia, Silvia, Isa e Tinoco.
Banco:
Ana, Sandra, Inês, Raquel, Semião, Joana e Nanda.
Intervalo: 0-2
Marcador: 0-2,2-2, 2-3, 4-3
Marcadoras: Sofia (2), Silvia e Nanda.
Sem comentários:
Enviar um comentário