Defrontámos no passado sábado a tri-campeã distrital que é, na minha opinião, de quem já acompanha o futsal femininos há vários anos, uma das equipas do top5 nacional. Tinhamos como objectivo jogar de igual para igual com o Vilaverdense, dando assim mais um passo neste processo evolutivo que temos seguido e discutir o jogo e o resultado até final, fazendo tudo o que estivesse ao nosso alcance para ficar com os 3 pontos.
Penso que o resultado é enganador em face do que se passou ao longo dos 40 minutos. É, aliás, um resultado fácil de explicar. Acusámos um pouco o ambiente em redor do jogo (fantástico ambiente no pavilhão dos Covões, a evidenciar que o futsal feminino tem cada vez mais adeptos e entusiastas) e tivemos algumas desconcentrações no início da partida. O culminar dessa falta de concentração, foi a forma infeliz como sofremos o 1.º golo e logo de seguida o 2.º, numa falha de marcação após um passe directo nas costas da nossa última linha defensiva.
A perder 0-2, e após o minuto de desconto, estabilizámos e conseguimos pressionar o Vilaverdense, que passou a cometer mais erros quando em posse de bola. Aliás, esse foi um dos aspectos que me agradou na partida, a capacidade que mostrámos na nossa organização defensiva, com um modelo diferente que implementámos esta ápoca. Temos 8 semanas de trabalho com um modelo diferente do que treinávamos a época passada, quer do ponto de vista da nossa organização defensiva, quer da organização ofensiva. Rotinas diferentes, que não estão ainda assimiladas, mas que têm vindo a ser progressivamente apreendidas pelas jogadoras e que neste jogo, nalgumas fases da partida, conseguimos impor.
Chegámos ao 1-2 ainda na 1a parte numa bola parada e até final da 1a parte as equipas equivaleram-se, mesmo que nem sempre jogando bem.
Na 2a parte, tivemos 10 minutos muito interessantes. Discutimos o jogo de igual para igual, com fases de maior ascendente do adversário e outras em que conseguimos estar um pouco por cima. Faltou-nos, por um lado, maior velocidade na circulação de bola, jogar mais nos apoios e, por outro lado, nas poucas vezes que o adversário nos permitiu espaços, não conseguimos ter rapidez e lucidez suficiente para lançar ataques em superioridade numérica.
Aos 15 minutos da 2a parte, o resultado estava 1-2, numa fase em que se sentia que se chegássemos ao empate, o jogo poderia pender para qualquer dos lados, mas se o vilaverdense marcasse, o jogo acabava ali. Não tivemos nenhuma oportunidade clara de golo, mas também o vilaverdense não teve, apesar de passar a ter maior ascendente na partida a partir dos 10 minutos e estar, inclusivamente, mais perto do 1-3 que nós do 2-2.
Infelizmente, acabámos por sofrer o 1-3 numa altura em que nos preparávamos para lançar o 5x4, num lance infeliz da equipa de arbitragem. Para que fique claro, não estou a dizer que perdemos por causa desse lance; estou a dizer, claramente, que é um erro evidente que nos prejudicou e que acabou com o jogo. Na recarga a um remate adversário, a nossa g.r. defende e a bola não ultrapassa totalmente a linha de golo. Aliás, eu estou perto dessa baliza e o árbitro do meu lado está ainda mais perto que eu e faz sinal com a cabeça e com o braço a dizer que a bola não entra; o árbitro principal, que está muito mais longe, do outro lado, e perto do meio-campo, para azar nosso, assinala golo. É, certamente uma questão de azar. Azar porque deve ter sido a única pessoa no pavilhão a ver que a bola entrou; azar também porque já há 2 anos, quando empatámos em Vila Verde 1-1, também a 5 minutos do fim, quando vencíamos por 0-1, o golo do empate do Vilaverdense resulta de uma bola que bate na trave e à frente da linha de golo. Para azar nosso, o árbitro principal, do lado da bancada, também assinalou golo.
Temos naturalmente que saber conviver com estas situações, porque também nós cometemos decisões erradas. Não nos peçam é para enfiarmos a cabeça na areia, e para fingir que isto é tudo normal. Como já disse por mais que uma vez, temos outro azar: temos a fama, enquanto outros têm o proveito, já desde há bastante tempo.Dá jeito continuar a passar determinadas mensagens falsas cá para fora, porque há sempre alguém que sai beneficiado disto, enquanto outros vão continuando com a fama. Já chega.
O nosso objectivo passa por evoluir no futsal, crescer cada vez quer em termos de infraestruturas, de material humano, de resultados. E é só nisso que estamos concentrados. O resto são faits-divers que alguns teimam em alimentar.
Até final da partida, e mesmo arriscando o 5x4, a equipa já não conseguiu voltar ao jogo, depois do lance do 1-3. Caiu animicamente e o Vilaverdense teve uns 4 minutos finaios onde jogou à vontade, aproveitando para marcar o 1-4, no melhor golo da partida, a culminar uma boa jogada colectiva.
No cômputo geral, acaba por ser uma vitória justa do Vilaverdense. E para bem do futsal, é importante, penso eu, ter este fair-play, na hora da derrota. Como penso que também seria importante ter esse mesmo fair-play na hora da vitória, sobretudo em face das incidências do jogo.
Perdemos o jogo nos pormenores, que decidem uma partida. Nos pormenores que são da nossa responsabilidade e em que falhámos, iremos trabalhar no sentido de os corrigir, até porque entre os 5 minutos da 1a parte e até aos 15 min da 2a, a equipa deu boas indicações, e cumpriu, nesse período, com o que tinhamos trabalhado.
No meio de alguns "azares", tenho uma sorte: ter comigo um grupo de qualidade, que vai saber tirar as ilações deste jogo e apresentar-se nas próximas partidas ainda mais motivado e com a ambição de ganhar os jogos que temos pela frente.
Prodeco:
Sandra, Xanita, Sofia, Carina e Isa.
Banco:
Ester, Silvia, Semião, Nanda, Tinoco, Dulce, Silvana.
Golo: Tinoco.
Marcador: 0-2, 1-2, 1-4.
2 comentários:
Boa noite Nuno!Tri-campea nacional? Isso so o benfica! Nao querias dizer distrital?
;) oops. Claro k sim, lapso meu. Abraço.
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