segunda-feira, maio 29, 2006

Miro 5/ Prodeco 5

No último jogo da época, em que se decidia o campeão da 1a distrital, sabíamos de antemão que a nossa tarefa iria ser extremamente complicada pelos factores que enumerei no post anterior.
Não vou fazer segredo: durante a semana e na palestra, já no balneário, pedi aos jogadores para serem iguais a eles próprios e terem uma atitude idêntica à que tiveram durante a época: atitude, concentração, mas também desportivismo e fair-play no final, qualquer que fosse o desfecho. Foi isso que aconteceu. Os JOGADORES de ambas as equipas deram uma lição de desportivismo, do que pode e deve ser um jogo, mesmo importante, e mostraram a muita gente que são superiores a críticas, a provocações, a atitudes mesquinhas. Ganharam as equipas, as instituições, o futsal distrital também.
Mas ainda antes de falar do jogo propriamente dito, tenho, porque é minha obrigação, e fundamentalmente porque atitudes destas não podem passar impunes, realçar três ou quatro aspectos negativos que se passaram em Penacova e que nada têm a ver com os JOGADORES do Miro. Devo dizer que em doze anos de futsal, nunca vi cenário como aquele que foi criado para nos receber em Miro. Desde o facto de nos terem deixado ao portão mais de 15 minutos após termos chegado, à circunstância de terem colocado cartazes no pavilhão extremamente ofensivos para a Prodeco e para os jogadores da Prodeco, ao facto de não terem deixado entrar adeptos da Prodeco, que após uma viagem de 1h, ficaram de fora pois foi-lhes vedada a entrada, supostamente por já não haver bilhetes, a terem colocado os bancos do lado das bancadas para sentirmos mais de perto o "calor" do público que encheu as bancadas. Pior que tudo isto, para mim, foi sentir, no final, já fora do pavilhão, as provocações e insultos (estive ladeado de quatro GNR, o que me leva a pensar o que teria acontecido se tivessemos ganho), por quem tem mais responsabilidades no clube e que se deu ao trabalho de imprimir centenas de documentos com frases minhas, tiradas deste blog e tiradas também do contexto. Bom, já que se deu a esse trabalho, talvez queira fazê-lo de novo relativamente a isto: pode ter a certeza que nunca o Miro nem ninguém do Miro será recebido nos Covões da forma como nós fomos em Penacova; terão sempre as portas abertas do nosso pavilhão, nunca verão cartazes ofensivos nem verão ninguém do nosso clube, muito menos dirigente ou treinador, a instigar público à violência.
Felizmente que o todo não se confunde com a parte, e que inúmeras pessoas, desde adeptos a jogadores me vieram pedir desculpa pelo sucedido, dizendo-me que não se reviam naquele tipo de comportamento, e que tiveram um comportamento exemplar, ao repudiar as provocações, os insultos, as insinuações. Tratam-se, portanto, de incidentes graves e lamentáveis, proporcionados por alguém que entende ser esta a melhor a maneira de atingir os objectivos, sacrificando todos os meios para atingir os fins. Às vezes pior que não saber perder (e nós soubemos perder, como todos os que estiveram em Mira e em Miro comprovarão), é não saber ganhar.
Todavia, repito: os JOGADORES do Miro foram de uma correcção extrema, antes, durante e depois do jogo. Aproveito para lhes endereçar os meus sinceros parabéns pela conquista do título. Quem é o campeão é sempre um justo campeão. Se os JOGADORES do Miro o foram, é porque mereceram. Parabéns sinceros a todos.
Quanto ao jogo, dizer apenas que fizemos uma má 1a parte. Esforço acumulado, sentimos a pressão do jogo, não nos libertámos, demorámos a acertar as marcações e a adaptar as caracteristicas do jogo às dimensões do campo. Aproveitou o Miro, que foi mais forte, mais capaz e saiu para o intervalo a vencer por 3-1. Corrigimos alguns aspectos e entrámos melhor na 2a parte, com o Amaral a fazer o 3-2 (o seu 2.º golo). Mas logo de seguida tivemos 10 minutos maus que o Miro aproveitou para fazer o 5-2. A 10 minutos do fim, introduzi frescura na equipa, passámos a pressionar melhor e tivemos 10 minutos fantásticos que nos podiam ter valido... o título. Golos do Felipe e bis do Tiga, fizeram com que igualássemos a 5-5, e nos últimos 2 minutos podíamos, inclusivamente, ter feito o 6.º por duas ocasiões.
Em todo o caso, penso que o resultado é justo. Os JOGADORES do Miro são campeões com todo o mérito, como se fôssemos nós também o seríamos. Realce para o Arménio, desequilibrador nato, Pina, tecnicamente fortíssimo, e o Álvaro, enquanto jogador e como Homem, dentro e fora do campo.Só JOGADORES assim podem compensar tanta falta de fair-play e de educação vindos de outros sectores.
Acabo com uma palavra para os meus jogadores. Ultrapassámos tudo o que nos foi pedido, senti no balneário uma força como nunca tinha sentido, um espírito de conquista mesmo quando já não havia forças. Fizemos uma época fantástica, com 3 derrotas no campeonato e uma na final da taça. Sinto-me orgulhoso por ter liderado este grupo durante esta época, de termos sido tão capazes, tão unidos, tão fortes.
Palavra final para o Verissimo, que fez o seu último jogo em Miro. Mereceste a braçadeira, por tudo o que nos deste este ano. És um campeão, vais fazer falta dentro de campo, mas contamos todos contigo para nos ajudares, para o ano, noutras tarefas. És o exemplo de que um campeão, um verdadeiro campeão, é, acima de tudo, um desportista.

1 comentário:

futsal disse...

Nuno, peço-te para colocares o cartaz dos torneios de solidariedade.
Está uma imagem com os 2 cartazes no Jornal Futsal.

Obrigado

Abraço
Ricardo Ferreira Santos