terça-feira, janeiro 27, 2009

Prodeco 1/ Oliveira Hospital 3

Derrota que se explica facilmente, tendo em conta aquilo que (não) fizemos na 1a parte. Durante a semana, e depois de ter visto o nosso adversário jogar contra a Académica (num jogo que, na minha opinião, perdeu de forma injusta), alertei as jogadoras para o grau de dificuldade desta partida e da necessidade de entrarmos muito concentrados em campo, para evitar estar em desvantagem no marcador, o que nos traria dificuldades acrescidas, em face do modelo de jogo do adversário.
Reconheço que não resultou e aí, o erro maior será sempre do treinador, que não soube incutir nas jogadoras a concentração, a motivação e a ambição necessárias para abordar este jogo. A verdade é que, quando demos por nós, perdíamos por 0-3, sendo que os dois primeiros golos surgem de situações que tinhamos por objectivo evitar e para as quais as jogadoras estavam (mais do que) avisadas, ou seja, ataque rápido, bola nas costas, superioridade numérica. Lances simples, objectivos, mas eficazes, por mérito da equipa adversária, naturalmente, mas muito demérito nosso. Uma das características que definem uma boa equipa é a sua capacidade de esconder ao máximo as suas limitações, de as contornar e de não as expor ao adversário. A verdade é que estamos numa altura da época em que não só não temos sabido contornar as nossas limitações, como as expomos para que o adversário as explore da melhor maneira.
Ao intervalo, mais do que criticar, preocupei-me em corrigir posicionamentos e moralizar a equipa para a segunda parte. As jogadoras e a equipa no seu todo valem muito mais do que estavam a mostrar e foi nesse sentido que abordei a palestra ao intervalo.
E o que é facto é que na 2a parte já fomos uma equipa. Pressionámos muito, trabalhámos muito, criámos várias oportunidades, mas aí não fomos eficazes: ansiedade por ver o tempo a passar, falta de discernimento na hora da finalização, em lances de 1x0, 2x1, outros em que libertámos jogadora sozinha ao 2.º poste mas também não concretizámos, bola nos ferros, enfim. O golo surge aos 13 minutos, ainda recorremos ao 5x4, altura em que voltámos a dispor de 3 ou 4 situações claras de golo ao 2.º poste, mas nada surtiu efeito.
Em rigor, a sorte procura-se, e a verdade é que quem só joga uma parte não merece ter a sorte do seu lado. E por isso, nenhum problema em afirmar que a derrota é justa, porque para ganharmos jogos, seja contra quem for, temos que ter uma postura responsável desde o momento em que nos concentramos para o jogo.
Tenho 110 jogos como treinador e esta é a 24.ª derrota. E a verdade é que cada derrota funciona como se fosse a primeira: obriga-me a repensar metodologias de treino, aspectos técnico-tácticos, volume e intensidade do trabalho efectuado, índices motivacionais, anímicos e de grupo. Tudo isso se relaciona e por vezes a dificuldade está em identificar onde devemos mexer: porque repensar determinadas metodologias pode gerar uma instabilidade nos processos adquiridos pela equipa; e por vezes os resultados não têm como causa directa/necessária o treino em si, antes se relacionam apenas com índices motivacionais, de concentração, de responsabilidade, de grupo. E, naturalmente, essas são questões que também se treinam, também se trabalham, mas em que a participação do treinador fica, diria, mais circunscrita, mais limitada, cabendo aqui uma participação bem mais activa, diria mesmo decisiva, às intervenientes principais: as jogadoras.
Nesse sentido, reafirmo, neste momento menos bom, o meu total empenhamento no grupo, em tentar retirar desta equipa o máximo rendimento individual e colectivo, e a convicção de que, no muito campeonato que falta, daremos uma resposta tão boa ou melhor do que demos durante a 1a volta. Acredito muito no grupo e na equipa, e tenho a convicção de que nos apresentaremos ao melhor nível nas finais que nos esperam. A começar já com o Bruscos no próximo jogo.
Prodeco:
Dora, Silvia, Semião, Joana Costa e Nanda.
Banco:
Ana Inácio, Inês, Antónia, Marisa, Isa, Raquel e Sofia Ferreira.
Golo: Isa.
Intervalo: 0-3

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